HOME > Nutrição do desporto de rendimento > Orientação alimentar durante a participação dos atletas nas competições exteriores


A participação nos eventos internacionais e estágios pode melhorar a eficácia do nível de competição dos atletas, proporcionando-lhes oportunidades para porem em prática e de aperfeiçoamento das técnicas para o alcance do objectivo futuro das competições. O bom estado nutricional constitui um dos elementos importantes para a manutenção do excelente nível de competição dos atletas, pelo que não se aceita qualquer erro na alimentação durante a participação nas competições ou estágios exteriores. Os sintomas da intoxicação alimentar, tais como, náuseas, vómitos, diarreia, cãibras, dores de cabeça, febre, entre outros, podem surgir 2 a 4 horas depois da ingestão de alimentos suspeitos. Em casos graves, da intoxicação alimentar pode resultar a morte.

Preparativos necessários antes da partida

Previamente à partida, deve conhecer a cultura alimentar local e se for conveniente a procura de alimentos importantes. Caso a cultura alimentar local não satisfaça os gostos individuais ou se verifiquem questões de segurança alimentar, os atletas podem considerar levar alguma da sua comida. Caso seja possível, os atletas podem solicitar previamente informações junto do treinador ou chefe de equipa, consultando se podem fazer a própria comida no local ou se já está previsto o fornecimento de refeições adequadas.

 

Prestação de maior atenção à segurança alimentar na alimentação exterior

  • Seleccionar embalagem de alimento ou bebida bem selada, não adicionar cubos de gelo na bebida nem beber directamente a água da torneira sem ser fervida
  • Não comer alimentos estranhos com vista a evitar indisposição
  • Não comprar frutas cortadas das ruas e lavar bem as frutas com água engarrafada ou de torneira fervida antes de ingerí-las
  • Não comprar guloseimas das ruas e tomar refeições em restaurantes de reputação
  • Não comer alimentos mal cozidos nem comer alimentos de alto risco, tais como, salada, mariscos, produtos marinhos, ovos semi-cozidos e maionese
  • Lavar bem as mãos antes de comer

 

 

Levar guloseimas antes da partida

Durante a participação nas competições exteriores, os atletas podem eventualmente ter dificuldade de encontrar lojas que vendem guloseimas ou alimentos adequados, neste sentido, é considerado como um acto sensato levarem consigo guloseimas antes da partida. As guloseimas fáceis de transportar são:

  • Barras de cereais
  • Pequeno-almoço de cereais nutritivos
  • Frutas em conserva
  • Frutas secas
  • Vermicelli de arroz, macarrão e espaguete instantâneos
  • Bolachas
  • Nozes
  • Geleias de fruta, mel, pasta de amendoim
  • Leite em pó
  • Sumos de frutas concentrados
  • Feijão com molho de tomate

 

Antes de apanhar o avião, os atletas devem estar cientes das refeições servidas durante o voo, nomeadamente, o horário para fornecimento de refeições e bebidas especiais. Caso as refeições não satisfaçam as necessidades de alto teor calórico, os atletas devem preparar as suas próprias guloseimas nutritivas, a fim de evitar a redução das reservas de energia, pondo em causa a performance das provas. Para os atletas que não têm necessidades de alto teor calórico devem ter mais cuidado no controlo da absorção de energia durante o voo, não devendo comer petiscos devido ao ambiente fastidioso do voo de longa distância. Para além dos alimentos, o suprimento de líquidos é também importante nos voos de longa distância, porque a pressão das cabines implica a perda significativa de líquidos da pele e dos pulmões. Os atletas não devem esquecer de suprir constantemente os líquidos, evitar bebidas com cafeína com efeito diurético, para além de terem como objectivo beber um copo de água por hora. Sendo uma excelente opção de trazerem consigo as bebidas desportivas em pó, por possuírem baixo teor de sódio, propiciando o suprimento de líquidos e a diminuição de micção.

 

Alimentação da vila olímpica

Perante diferentes tipos de alimentos servidos durante 24 horas por dia e quando acompanhado pelos colegas da equipa, o controlo do apetite ou a escolha prudente dos alimentos saudáveis constitui, de facto, uma dificuldade para os atletas, sendo ainda um grande desafio para os que participam nas provas de acordo com as categorias de peso. Os atletas devem conhecer claramente que a estratégia de alimentação científica é importante para a performance de competição, não devendo deixar a ânsia momentânea afectar o seu plano dietético. O conhecimento prévio dos alimentos servidos na cantina propicia o plano de escolha dos alimentos adequados na linha de espera, porque a sua falta implica a escolha excessiva de alimentos, pondo em causa o plano dietético.

 

Jet Lag (Descompensação Horária)

Quando os atletas se deslocam ao exterior para a participação nas competições, podem eventualmente verificar a inadaptação ao fuso horário devido à perturbação do relógio biológico. A fadiga, o modo de repouso perturbado, a falta de concentração, a má digestão e a irritação fácil são sintomas comuns do jet lag. O tipo de alimentos a ingerir e o horário das refeições são factores importantes que auxiliam o corpo a adaptar-se ao jet lag. Em conformidade com as informações divulgadas, consideram-se que os alimentos ricos em proteínas (carne, leite, ave doméstica e peixe) reforçam a prevenção através da estimulação da secreção de adrenalina; os alimentos ricos em hidratos de carbono (arroz, massa e pão) aumentam a secreção de insulina e facilitam a absorção do triptofano. O triptofano é um aminoácido indispensável que pode ser convertido em 5-hidroxitriptamina (5-hydroxy tryptamine), pelo que após a ingestão de refeição rica em hidratos de carbono pode originar o cansaço. Neste sentido, o tipo de alimentos a ingerir pelos atletas e o respectivo horário de ingestão podem afectar o nível de gravidade e a duração do sintoma do jet lag.