HOME > Nutrição do desporto de rendimento > Controlo do peso dos atletas – Redução do peso

Para ocupar uma posição dominante nas competições a maior parte dos atletas tenta manter um peso e uma composição física ideal. No recinto das provas, uma estatura forte intensifica a competitividade de certos atletas, nomeadamente, os jogadores de basquetebol e de râguebi, mas constitui uma carga excessiva para outros atletas, tais como, os atletas de corrida média e longa distância e os jogadores de futebol. No âmbito das modalidades desportivas escalonadas em categorias em função do peso, nomeadamente, de culturismo, de boxe, de karate-do e de judo, os atletas tentam manter um peso ideal ou inferior ao ideal com vista a poder ingressar numa determinada categoria. Tal atitude implica hábitos alimentares insalubres, nomeadamente, preferência por certo tipo de alimentos ou deixar de ingerir certo alimento, que dificilmente satisfazem as necessidades nutricionais dos atletas. A adopção desequilibrada de métodos de redução de peso pode prejudicar a performance desportiva e a saúde dos atletas. 

 

Não se deve reduzir precipitadamente o peso

Conforme afirmam os especialistas, cerca de 96% a 98% dos indivíduos submetidos a uma dieta voltam ao seu peso inicial entre 2 a 3 anos; quanto mais precipitada for a redução do peso, maior será a velocidade de retomar o peso inicial. Por outro lado, a restrição excessiva de ingestão de calorias poderá reduzir a taxa metabólica, e consequentemente, prejudicar a redução do peso, pelo que a manutenção com sucesso de um peso ideal depende fundamentalmente da melhoria contínua dos hábitos alimentares. O método ideal de redução do peso consiste no estabelecimento prévio de um peso pretendido, e em seguida, procede-se à diminuição do peso através do método de balanço energético negativo de 500 – 1000 calorias por dia, isto é, aumento do consumo de energia e redução do equilíbrio de ingestão de energia. A redução precipitada do peso não beneficia a manutenção do peso; a maior parte do peso reduzido no âmbito do emagrecimento precipitado e de velocidade média é proveniente do peso livre de gordura que, por sua vez, é constituído essencialmente pelo líquido e pelas proteínas. Geralmente, o enfraquecimento da capacidade desportiva deve-se à redução do peso sem gordura mas, comparando com a redução do peso meramente dietético, a combinação da dieta com os exercícios físicos de balanço energético negativo permite reduzir a perda do peso sem gordura.

 

Impacto negativo da redução desequilibrada do peso

Na ausência de uma orientação especializada, a dieta desequilibrada ou excessiva pode originar muitos problemas de saúde, entre outros, distúrbios hormonais, anemia ferropénica, redução da densidade óssea, diminuição da força muscular. Quando o corpo se encontra na baixa reserva de energia, transmite ao cérebro as mensagens que estimulam o apetite, causando um efeito inverso, ou seja, engordar em vez de emagrecer.

 

Estratégias razoáveis para a redução do peso

  1. Elaboração concreta da composição física e do peso pretendido – um peso dificilmente atingido, apenas prejudica o seu plano de redução do peso, devendo ainda estar ciente de que um indivíduo é gordo ou magro, não se determina apenas pelo peso, sendo necessário uma análise detalhada da composição física.
  2. Elaboração concreta do plano do balanço negativo de calorias – não é aconselhável a redução do peso superior a 1kg e 0.5kg por semana para os homens e as mulheres respectivamente. Para emagrecer 0.5kg a 1 kg por semana, o balanço negativo de calorias é 500 - 1000 calorias por dia. Nas refeições diárias, não deve reduzir a ingestão superior a 300 calorias por dia, devendo as restantes calorias serem consumidas através da prática dos exercícios físicos com vista a alcançar o objectivo do balanço energético negativo.
  3. Registo diário das refeições e dos exercícios físicos efectuados – semanalmente, procede-se ao registo dos dados alimentares, do horário das refeições, do horário das guloseimas e da respectiva quantidade, bem como do horário da prática dos exercícios físicos e da respectiva intensidade. Podendo ainda registar-se o seu sentimento depois das refeições e dos exercícios físicos, tal lhe permite efectuar a auto-revisão dos hábitos alimentares, reduzindo o volume da ingestão desnecessária de alimentos devido à tentação.     
  4. Alimentação atempada e adequada – a alimentação regular pode evitar passar fome; é obrigatório tomar o pequeno-almoço diariamente, devendo esta ser a refeição mais abundante das três refeições, bem como optar quanto possível, por um jantar leve. Antes, durante e depois dos exercícios físicos, deve-se seguir uma orientação alimentar correcta com vista a prevenir o esgotamento do glicogénio muscular e a obstrução da sua recuperação.